O papel da Câmara de Comércio de Barlavento
Acompanham as diversas fases do processo das empresas e, no que toca ao financiamento, fazem a validação interna para poder apoiar a apresentação junto da banca com os promotores, acompanhando os projetos até à fase final. Adriano Cruz, secretário-geral da Câmara de Comércio de Barlavento (CCB), explicou qual o papel da instituição de apoio ao tecido empresarial da região do Barlavento do país.
Como atua a Câmara de Comércio no apoio ao financiamento junto da banca?
Adriano Cruz: O trabalho de apoio às empresas é um processo em que a CCB atua desde a identificação ou recepção de um projeto de um promotor até à fase finalíssima. A CCB acaba por ter uma postura semelhante à de um consultor, portanto, recebendo um pedido, nós temos várias fases a percorrer e vamos avançando à medida que vamos conseguindo ter sucesso em cada uma. Um projecto que não tem muito sucesso logo à partida, em regra, nós aconselhamos outros caminhos ao promotor, como por exemplo a formação continuada, e por isso, os projectos quando avançam costumam ter sucesso.
A CCB costuma trabalhar com empresas já constituídas ou também aquelas que ainda se estão a estruturar?
Adriano Cruz: A Câmara apoia os requerentes das empresas constituídas que requerem um conjunto bastante determinado de serviços, mas também existem outros tipos de requerentes. A CCB tem com bastante solicitação o serviço de um gabinete a que damos o nome de Apoio ao Empreendedor, que pode ser destinado a alguém no estrangeiro com a intensão de criar um negócio em Cabo Verde, ou pode ser um jovem que terminou a formação e que tenha interesse, por várias motivações, em criar um negócio, ou pode ser também uma empresa que queira mudar de área de atividade. Este gabinete trabalha desde a fase de apoio na montagem de uma empresa ou criação de uma sociedade, realização dos estudos, mobilização de recursos, pesquisa de eventuais parceiros e por aí adiante.
Em que sectores já forneceram este apoio?
Adriano Cruz: Nos mais diversos setores que vão desde o Agronegócio, à atividade da Pesca, Tecnologias, Comércio, Indústria, Energias Renováveis, Produção off-grid, entre outras.
Qual a taxa de aceitação dos bancos?
Adriano Cruz: A taxa de sucesso é elevada, acima dos 80%.
Os projectos que vos chegam para solicitação desta intermediação costumam estipular-se mais em que fases de desenvolvimento do seu negócio (Start-up, Expansão, Consolidação ou Declínio)?
Adriano Cruz: A maior solicitação encontra-se na fase de Consolidação.
Apoiam também na constituição de planos de negócios para melhor estruturação dos projectos?
Adriano Cruz: Toda e qualquer necessidade de um empreendedor ou operador económico constitui objeto de atenção e apoio da CCB, portanto pode ser: Formação, Assistência técnica, Coaching, Arbitragem e Conciliação, Intermediação, Incubação, Assessoria dentro e fora do país, internacionalização, estudos técnicos e por aí adiante.
Há algum produto bancário que tenha por hábito ser mais solicitado?
Adriano Cruz: O Crédito à Tesouraria porque, tendo que o nosso tecido empresarial é constituído essencialmente por micro e pequenas empresas, em regra, as organizações com esta estrutura têm grandes problemas de gestão. O que as acompanha no dia-a-dia são desafios de tesouraria e por isso a sua maior necessidade de financiamento é na área da tesouraria.